sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Manutenção de aeronaves


Manutenção de aeronaves é a tecnologia relacionada com as ações requeridas para manter (ou melhorar) a aeronavegabilidade e a confiabilidade prevista no projeto da aeronave e seus sistemas, subsistemas, e componentes, durante toda a vida operacional da aeronave. No Brasil, o órgão regulador responsável pela fiscalização do setor é a Agência Nacional de Aviação Civil. (ANAC).



Etapas

Entre as várias ações requeridas na manutenção, estão:

  • o desenvolvimento de programa de manutenção de aeronave, de acordo com as especificações dadas pelo fabricante;


  • o monitoramento, controle e implementação de boletins de serviço publicadas pelo fabricante da aeronave ou do componente específico, visando sua melhoria;

  • a execução de revisão geral, reparo, inspeção, ou qualquer outra tarefa de manutenção, de acordo com o programa de manutenção da aeronave e com os dados do fabricante;

  • a realização de inspeções periódicas requeridas, baseadas no tempo calendárico ou no tempo em serviço ou em ciclos de vôo/aterrissagem.



Programas de manutenção

Periódicamente são efectuadas revisões (check) aos aviões de acordo com um determinado tempo de utilização. Existem quatro tipo de checks: Check A e Check B, consideradas revisões de rotina; e Check C e Check D, de duração e análise mais aprofundada.

Check A

É uma revisão efetuada cerca de uma vez por mês, durante a noite, no local onde o avião estacionou junto do terminal do aeroporto. Varia de acordo com o tipo de aeronave, e com o número de ciclos (ciclo: uma descolagem e aterragem), ou com o número de horas voadas desde a última revisão.

Check B

É uma revisão que pode ter como base os dias do calendário ou horas de voo.Em grandes companhias comerciais, onde as aeronaves voam um número de horas elevado, pode ocorrer por exemplo, de três em três meses. O ideal é que esse check seja efetuado em hangares ao invés da pista onde a aeronave estacionou. Seu tempo de duração é aproximadamente 48 horas.

Check C

É uma revisão que ocorre a cada 12 a 18 meses. Implica que o avião deixe de operar durante um largo período de tempo, influenciando a própria operação corrente da companhia aérea, e efectuada num hangar de um centro de manutenção.

Check D

É a mais aprofundada das revisões. Tem lugar a cada 4 a 5 anos, e implica o total, ou parcial, desmantelamento da aeronave para inspecção. É feita num hangar de um centro de manutenções. Os aviões que estão chegando ao seu fim de vida (phase out), são habitualmente estacionados num hangar até à próxima revisão D, devido ao seu elevado custo.



Vale salientar, que devido a complexidade de tais processos, todas as pessoas envolvidas com a manutenção de aeronaves, devem obrigatoriamente ser possuidoras de cursos específicos da aeronave na qual trabalha, além do curso de mecânico de manutenção de aeronaves, homologado pela ANAC.

Para que se possa trabalhar em uma aeronave, se deve ter  responsabilidade legal pela mesma, e para tal é necessário ser possuidor de uma habilitação de manutenção, chamada de CHT (certificado de habilitação técnica).

Mas para que se tenha acesso a uma CHT, se faz necessário a execussão de curso específico, que pode levar de um a dois anos, dependendo das especialidades a serem efetuadas. Após o aluno ter sido aprovado pela escola de mecânicos, que por sua vez  faz inúmeras avaliações teóricas, o aluno presta uma prova teórica junto a ANAC. Caso tenha êxito em alcançar a média para aprovação (é necessário acertar no mínimo 42 questões de 60), ele passa a possuir uma CCT(carteira de conhecimento teórico).

Porém esta,  lhe concede a permissão para atuar na área de forma assistida, e não independente, ou seja, pode efetuar as tarefas desde que , acompanhado por outro técnico possuidor de uma CHT. O mesmo precisa ingressar em uma empresa ligada a aviação, afim de adquirir experência prática na área, por um período não inferior a um ano e meio.

Feito isso, o aluno está apto a prestar uma banca prática junto a um inspetor da ANAC homologado. Tendo o mesmo obtido aprovação dessa banca, ele estará em condições de possuir uma CHT.

Como podemos perceber, a formação de um técnico de aeronaves, é complexa e demorada, e outro detalhe, os técnicos mesmo depois de formados e trabalhando na área, prosseguem efetuando  cursos específicos, pois a aviação se atualiza contantemente.

Se tratando de aeronaves nunca se sabe o suficiente, deve-se estudar sempre!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

PRINCIPIOS DAS INSPEÇÕES EM AERONAVES

As inspeções são exames, visuais e manuais, para determinar a condição de um componente ou de um avião. A inspeção do avião pode se estender desde uma simples caminhada em volta do mesmo até um exame detalhado, compreendendo uma completa desmontagem, e a utilização de complexos auxílios à inspeção.
Um sistema de inspeção consiste de diversos processos, compreendendo:

1) As reclamações feitas pela tripulação
ou inspetor do avião; e

2) As inspeções regularmente programadas
para o avião.

O sistema de inspeção é projetado para manter o avião na melhor condição possível. As inspeções gerais e periódicas devem ser consideradas a coluna mestra de um bom programa de manutenção. A inspeção irregular ou ocasional resultará certamente na deterioração gradual e total de uma aeronave. O tempo que deverá ser gasto na conseqüente recuperação será bem mais longo que o tempo ganho nas rápidas inspeções de rotina e manutenção.
Está provado que as inspeções regularmente programadas e a manutenção preventiva asseguram boas condições de vôo. As falhas operacionais e defeitos do equipamento são apreciavelmente reduzidos, se o desgaste ou pequenos defeitos, forem detectados e corrigidos o mais cedo possível.
Não se pode deixar de enfatizar a importância das inspeções e a utilização correta das fichas de inspeção. As inspeções da estrutura do avião e do motor podem compreender, desde os testes de pré-vôo às verificações detalhadas. O tempo dedicado aos períodos de inspeção varia com o modelo do avião e, de acordo com os tipos de operações levadas a termo.
As instruções do fabricante do avião e do motor devem ser consultadas ao serem estabelecidos os intervalos entre as inspeções.
O avião pode ser inspecionado, utilizando as horas de vôo como base de programação, ou sob um sistema de calendário. Neste último caso,a inspeção adequada é executada ao se expirar o prazo correspondente a um número específico de semanas. Este sistema é bastante eficiente sob o ponto de vista de controle da manutenção. A substituição programada de componentes que possuem horas limites operacionais é, normalmente, efetuada durante a inspeção sob calendário mais próximo destas limitações.
Em alguns casos, é estabelecido um limite para as horas de vôo, compreendidas entre os intervalos das inspeções pelo sistema de calendário.
A inspeção programada, sob o sistema de horas de vôo, tem lugar quando é acumulado um número específico de horas voadas. Também, neste caso, os componentes que possuem horas limites operacionais são substituídos durante a inspeção mais próxima destas limitações.